sábado, abril 25, 2009

Coletivo Contraparte ASPRESÉTXA:


Deixando um pouco de lado esses textos estranhos que escrevo, vim falar de RRRRRRRROCK (zoeira. ÓBVIO!). HAHAHAHAHA Seguinte, amanhã (26) na Associação de Moradores do bairro Itaum terá um show MANEIRÍSSIMO com cinco bandas. Começa às 2h30 da tarde e quem estiver afim de ir, é só comprar seu ingresso no local a cinco pila. Parece zoeira, né? Mas é a mais pura VERDADJA. A "Soci" fica na rua Monsenhor Gercino, 890, em frente à agência dos Correios e ao lado do postinho de saúde. No local também haverá venda de rango e material independente.

Um detalhe importante: não leve bebida alcoólica. A Associação só liberou o local com a condição de não haver esse tipo de bebida.

As bandas serão:

Through the Storm (Curitiba) http://www.myspace.com/xthroughthestormx
Eu Matei Pedro (Curitiba) http://www.myspace.com/eumateipedro
Teu Pai Já Sabe? (Curitiba) http://www.myspace.com/teupaijasabe
Black Sea (Curitiba) http://www.myspace.com/blackseaband
Brutal Sickness (Joinville)

terça-feira, abril 21, 2009

Os 90 minutos que decidiram o resto do ano

Amor é um só. Tá, tem gente que se diz poligâmico. Eu não acredito. Quer dizer, já tive duas paixões ao mesmo tempo, mas com naturalidade meu coração acabou se consumindo por uma só. E eu disse “com naturalidade”, porque paixão não se escolhe. Hoje sou monogâmico e meu coração tem três cores: preto, branco e vermelho. Minha paixão se chama Joinville Esporte Clube (Jec).


Ficar longe desse amor é complicado. Então logo vem o dia da decisão. O dia em que saberia se teria a sua companhia o resto do ano ou só o veria no final de 2009. Os 90 minutos que decidiriam meu humor do ano inteiro.


Para quem está por fora, explicarei. O Jec é uma das quatro forças de Santa Catarina, junto com Avaí, Criciúma e Figueirense. Nos últimos anos, o Joinville não tem demonstrado isso. Caiu da B para a C do brasileirão e ano passado ficou sem divisão. Inventaram uma série D do nacional e Santa Catarina teria direito a duas vagas. Para conseguir a primeira, o Jec precisava vencer a Copa SC do ano passado. Ficou em segundo, perdendo nos pênaltis para o Brusque. Brusque? É, Brusque.


A outra vaga viria do Catarinense. O Tricolor precisava ficar à frente dos clubes que queriam essa vaga: Atlético de Ibirama, Atlético Tubarão, Chapecoense e Metropolitano. Tarefa simples? Não sei. Pelos últimos resultados do Joinville nos estaduais, não se podia ter certeza disso. Começou o campeonato e o Jec demonstrou ser outro. Um time com garra e com muita habilidade. Trouxe confiança. Passou turno. Passou returno. Conseguimos a vaga para o quadrangular final junto com: Avaí, Criciúma e... Chapecoense.


Logo no primeiro jogo, em casa, empate com Criciúma. Segundo, derrota para o Avaí em Florianópolis. Terceiro, derrota para Chapecoense lá em Chapecó. Nesse momento, éramos o lanterna do quadrangular, com apenas um ponto em três jogos. Mas, havia mais três pela frente. Ganhamos da Chapecoense e Avaí em casa, faltava só mais um. O Joinville estava apenas um ponto atrás do time de Chapecó, que jogaria em Florianópolis. O Tricolor não dependia apenas de suas forças para se classificar. O Jec não podia perder para o Criciúma lá no Heriberto Hülse. Além do mais, a Chapecoense não poderia vencer o Avaí na Ressacada. De duas, uma: o Joinville ganhava e o time de Chapecó não vencia ou o Jec empatava e a Chapecoense teria que perder. Derrota do Joinville ou vitória da Chapecoense acabaria com o calendário do Tricolor para o ano inteiro.


Apesar de não ter mais chances, o Criciúma colocou seu time titular em campo. O Avaí, já classificado para final, não queria perder a invencibilidade de 15 meses em seu estádio. Seria um jogo complicado tanto para o Joinville quanto para Chapecoense.


Eu e meus amigos combinamos de assistir o jogo em uma lanchonete no bairro Itaum. Sabia que aqueles seriam os 90 minutos mais agoniantes do ano. Com dois minutos de jogo, gol de Zulu, do Criciúma. “Vamos ganhar”, pensei. Dez minutos depois, gol de Marcelo Silva para o Tricolor. Um a um. Em Florianópolis, continuava: Avaí 0 x 0 Chapecoense. Aos 21, o gol de Rogério Souza trouxe a alegria geral no local. Virada. Criciúma 1 x 2 Joinville. “Acaba, juiz”, comentário com 25 minutos de jogo.


Com o fim do primeiro tempo, ficamos do lado de fora da lanchonete conversando. Pelo celular, um senhor recebeu informações e nos comunicou: “Avaí tá jogando melhor”. O segundo tempo ia começar. Preferi assistir ali de fora, pela janela.


Começo do segundo tempo e logo no início a má notícia: “Em Florianópolis, a Chapecoense faz um a zero”. Puta que pariu, não deu tempo nem de sentar. Um minuto e já uma notícia dessas? Porra! Ainda tinha 45 minutos pela frente. Assisti até os 30 minutos, não conseguia mais ficar ali. Muita ansiedade. Fui dar uma volta. A cada casa que passava, tinha a esperança de ouvir a comemoração: “Aeeee porra, gol do Avaí”. Isso mesmo, estava torcendo por um time que tanto odeio. Quinze minutos andando sem rumo. Chegando à lanchonete, não precisei ouvir nada. As expressões dos que ali estavam já demonstrava tudo. Os resultados permaneciam os mesmo. “Faltam três minutos”, falou Guilherme. Tarde demais, a vitória do Joinville não trouxe a classificação. Chapecoense e Avaí na final. Chapecoense com calendário para o resto do ano. Meu Joinville? Ficará durante sete meses apenas no meu coração. Sete meses sem vê-lo.


Sim, isso me deixa triste. Na verdade, isso interfere significatimente no meu humor durante o resto do ano. Não ficarei completamente feliz sem ver o Joinville jogando. A maioria deve achar isso uma grande besteira. Todo esse sentimento. Toda essa paixão. Mas como disse, amor não se escolhe. Só entende isso, quem sente.


Já na casa do Nalvan, todos queriam esquecer o resultado, mas sempre surgia um desabafo: “Que merda esse gol da Chapecoense”. E logo vinha a resposta: “Porra, tinha que lembrar, né?”. E essa mudança de humor, de alegria e tristeza, durou a noite toda, o dia seguinte, hoje e, certamente, continuará até o momento que eu estiver no estádio, vendo o Tricolor jogando e a torcida cantando: “Meu coração é preto, branco e vermelho...”


quinta-feira, abril 16, 2009

O dia de aniversário do Restaurante Popular

Terça-feira (14 de abril) houve a cerimônia do aniversário de um ano do Restaurante Popular, que cobra R$ 1,00 por almoço. A abertura do local foi às 11 horas, como de costume. Cheguei com o compromisso de fazer uma matéria. Logo de início, analisei as perguntas feitas pelos repórteres ao prefeito Carlito Merss, que estava no local com outras autoridades. Depois, fui para a fila.

Lá, enquanto discutia com Marcus, amigo de faculdade, sobre a necessidade, ou não, de conversar com o Carlito sobre o restaurante, observava o movimento do local. Tinha gente com uniforme de empresa, desempregados, moradores de rua, estudantes, famílias e, fora da fila, o grupo: prefeito e seus acompanhantes. Decidi não tirar meu bloco da mochila. Deixei que as informações viessem de forma natural.

O assunto na fila, basicamente, era o mesmo: o aniversário do restaurante. Uma senhora, com aparência de uns 60 anos, me falou: “É a quarta vez que venho aqui”. A cada passo que dava, a ansiedade de comer aumentava. Atrás da parede de vidro, já via-se o prato do dia. “Hoje tem bolo”, alguém, pouco à frente, comentou. Chegando na entrada, abri a carteira e perguntei: “É um real tudo? Até com suco?”. A moça do caixa confirmou. Nisso, outra senhora na fila iniciou um diálogo:

- Primeira vez aqui?

- Sim! - respondi.

- Eu venho desde que isso abriu. Tenho dois filhos, mas eles vieram poucas vezes. Eles têm preguiça de ficar na fila, então almoçam em outro restaurante. Mas eu não, venho aqui todo dia.

- Mas tu vem de ônibus todo dia? Porque aí não compensa, né? - outra moça comentou.

- Não, trabalho de diarista aqui perto. Venho de bicicleta.

Nessa conversa, passamos pelo corredor de entrada, onde tem um lavabo.

Confrontando com os dados que apontam 10 minutos como tempo médio de espera, peguei o prato após 35 minutos na fila.

Um pão francês, arroz, feijão, alface, cenoura, suco e dois guardanapos, foi o que levei comigo para a mesa. Ainda, para quem quisesse, tinha um pedaço de frango, macarrão e bolo, como sobremesa. Já à mesa, o assunto principal era a presença do prefeito Carlito Merss. Olhei para fora, através do vidro, e vi as pessoas nos observando, exatamente como eu fazia, quando estava naquela situação de espera. Ainda fora da fila, o prefeito conversava com repórteres e amigos.

O almoço estava gostoso. O ambiente estava ótimo. Na mesa, algumas frases eram citadas para puxar assunto. Voltava o silêncio. Logo, mais comentários. O diálogo sempre era sobre o restaurante. Enquanto um questionava a perda de qualidade da comida, outro criticava a demora para conseguir almoçar. Num certo momento, um senhor de idade comentou: “Olha o prefeito ali na fila”. Olhei. Ele já havia passado pela catraca de entrada. Observei pessoas que haviam me chamado a atenção na fila, e elas ainda estavam lá, antes da catraca. “Furou fila”, pensei. “Alguém pode ter guardado lugar para ele, mesmo assim, furou”, conclui.

A presença de Carlito, na mesa ao lado, alterou o clima natural do ambiente. Na verdade, não sei como é o clima normalmente, mas a data festiva e a presença do prefeito, certamente modificaram a rotina do restaurante.

Levantei-me. Levei a bandeja para o lugar. Separei a louça, como pedido. Joguei no lixo dos copos, o copo, e no de guardanapo, os guardanapos. Olhei atentamente o local. A grande maioria são pessoas que realmente precisam desse serviço. São humildes, simples, que muitas vezes saem de casa pela economia que terão almoçando ali. Outros vêm do trabalho ou de escolas próximas.

Em média, são oferecidas 725 refeições por dia no Restaurante Popular. A cada prato, a prefeitura subsidia com R$ 2,50. A capacidade do local é de 100 pessoas, porém, apesar da fila, muitos lugares ficam vagos. A demora ocorre ao servir os alimentos. Apenas colocar mais mesas e lugares, não diminuiria o tempo de espera. É preciso organizar uma forma de servir ao público que não dependa apenas de uma fila. Colocar outras bandejas de alimentos, bifurcando a fila após a entrada, e aumentar a capacidade de lugares, faria com que o atendimento fosse mais ágil.

Lá fora, a espera estava maior. Algumas pessoas que já haviam almoçado, retornaram à fila para comer novamente. Os satisfeitos compravam picolé em frente ao restaurante com o dinheiro economizado. Eu preferi deitar embaixo de uma árvore e descansar.



Obs: Essa matéria foi feita para a revista eletrônica do Bom Jesus/Ielusc (Revi).

segunda-feira, abril 13, 2009

Desabafo

Talvez seja um pouco tarde para desabafar. Ainda mais quando você promete se dedicar aos estudos e fica acordado pensando na vida. Eu nunca sei por onde começar. Escreverei da maneira que o pensamento vier surgindo. Tentarei explicar meu medo.

Hoje tive ideias que achei fodas para escrever um texto. Foram duas e surgiram de uma mesma cena. Claro que não é a primeira vez. Costumo ter ideias de textos normalmente. O problema do meu “normal” é que sou pessimista. Eu olho a parada mais idiota do mundo e penso “puta que pariu, posso relacionar isso com o fato de que carecas não costumam pentear o cabelo. Mágico”. Mágico é o caralho, quero ver colocar no papel. Eu crio expectativas enormes, porém, sei que não chegarei ao ponto que quero. Então eu desisto.

Não sei se consegui ser bem claro, afinal, sou meio perdido nessas coisas. Tentarei usar um exemplo idiota. Minhas ideias são como tijolos. Eles estão ali, prontos para serem base de uma construção sólida. Eu imagino o resultado final. Lindo. Pronto, só construir. Então surge minha grande dificuldade. Não confio nas ferramentas. Até tenho elas, mas não confio. Aí os tijolos ficam ali, aguardando. Aos poucos eles se desmancham e se acabam.

Outro grande problema é ao publicar meus textos. Eu imagino as pessoas que os lêem pensando: “cacete, que ideia interessante. Pena que o bicho não saiba escrever”. Isso fica na minha cabeça martelando, então não escrevo nada. Resolvido. Deixo minhas ideias de lado.

Essa preocupação do que os outros acharão dos meus textos, junto com as minhas expectativas, surgem por eu ler ideias legais em textos legais. Parece que as pessoas conseguem colocar seus pensamentos de forma clara e interessante. Diferente de mim. Porra, não consigo ser foda como os outros. Não consigo. Fico ainda com mais medo por fazer faculdade de jornalismo. É como se eu tivesse a obrigação de escrever bem. Então imagino as pessoas pensando: “esse cara faz jornalismo mesmo? Que texto mal feito!”.

Falo isso porque quero me consertar. Continuarei não confiando nas minhas ferramentas, mas não quero dar bola para isso. O resultado final não precisa ser como imaginei, mas ele deve existir. Não posso perder mais tijolos. Não posso mais abandonar minhas ideias. Ahh... e foda-se o que pensarão sobre como escrevo.


Obs: daqui a pouco posso deletar esse post.